Introdução
A Sesamoidite (dor embaixo do dedão do pé) refere-se à inflamação dos ossos sesamóides. Ao contrário de outros ossos que são conectados entre si através de uma articulação, os sesamóides repousam dentro de tendões. Dessa forma, esses ossos atuam como uma roldana para os tendões que circundam o dedão do pé. Eles potencializam os tendões, movendo o grande dedo de modo mais eficiente, especialmente para empurrar o solo durante a retirada do pé, no final da pisada. Por sua vez, fornecem também absorção de choque quando o peso é colocado sobre a bola do pé, protegendo e servindo de suporte para o primeiro metatarsiano (osso longo que se conecta ao “dedão”).
Os dois ossos sesamóides (o medial e o lateral) estão localizados logo abaixo da cabeça do primeiro metatarsiano e apresentam forma achatada, do tamanho de uma ervilha. Devido a essa localização e função, é muito difícil de tratá-los uma vez que estão em contato direto com o solo durante a caminhada, carregando grande parte do peso do pé.
Sintomas da Sesamoidite
Os sintomas manifestam-se lentamente ao longo do tempo. Os pacientes geralmente se queixam de dor insidiosa e progressiva.
Fase inicial da Sesamoidite:
- Sensibilidade aumentada no sesamóide à pressão direta;
- Dor leve durante o caminhar descalço;
- Aumento do nível de dor ao saltar ou correr;
- Dor desaparece com o repouso.
Fase tardia da Sesamoidite:
- Dor consistente na área sesamóide;
- Aguda, ou em pontada, ao correr ou saltar, mesmo com calçado bem acolchoado;
- Sensibilidade intensa quando se aplica pressão direta sobre sesamóide;
- Inchaço da área afetada;
- Desconforto ao dobrar o dedão para cima e para baixo;
- Incapacidade de correr ou saltar.
Causas da Sesamoidite
Diversos fatores podem levar ao quadro de inflamação dos sesamóides. O que se vê, normalmente, é uma combinação de fatores. Entre eles:
- Trauma direto ou força abrupta sobre a área dos sesamóides, como pisar fortemente sobre uma superfície dura ou correr rapidamente sem calçados;
- Microtraumas de repetição: atividades de sobrecarga excessiva sobre os sésamoides, como corrida longa, esportes de salto (volei, ginástica, basquete) ou uso excessivo de saltos altos;
- Osteoporose: como os ossos perdem cálcio e, por sua vez se tornam mais fracos, os sesamóides podem desenvolver fraturas por insuficiência, que por sua vez causam inflamação e dor;
- Osteoartrose: causa a formação de pequenos osteófitos no osso sesamó As pequenas espículas ósseas irritam os tendões circundantes que se ligam ao osso sesamóide, causando a inflamação destas estruturas;
- Encurtamento da cadeia posterior: pessoas com pouca flexibilidade colocam o peso corporal na região do antepé, sobrecarregando os sesamóides;
- Pés com arco alto (pés cavos ou alto) também aumentam a carga sobre esses ossos.
Tratamento da Sesamoidite (dor embaixo do dedão do pé)
O tratamento para sesamoidite é quase sempre não cirúrgico. Os casos menos graves requerem um período de descanso, juntamente com a utilização de sapatos modificados ou uma almofada interna para reduzir a pressão sobre a área afetada.
Palmilhas com depressão sobre a área dolorida também descarregam o peso ou mesmo palmilhas com suporte auxiliam na redistribuição do peso, em especial em pés com arcos altos.
Além disso, o dedão do pé pode ser esparadrapado para imobilizar a articulação, até a regressão da inflamação.
Outra recomendações:
- É recomendado diminuir ou parar a atividade física de impacto por algum tempo;
- Você deve aplicar gelo na área durante 10 a 15 minutos após o exercício, ou depois de qualquer atividade que agrave os sintomas;
- Evitar o uso de saltos altos;
- Alongamento da cadeia posterior;
- Se os sintomas persistirem, pode ser necessário o uso de botas ortopédicas por 4-6 semanas.
Ocasionalmente, quando as estratégias de tratamento acima falharem, infiltrações (Proloterapia, derivados do plasma, entre outras) ou Terapia por Ondas de Choque pode ser considerada. No entanto, devem ser reservada para os casos extremamente recalcitrantes.
Cirurgia
Várias formas de cirurgia para descarregar o sesamóide podem ser consideradas em situações específicas, tais como em pacientes que apresentam alteração estrutural na anatomia do pé (por exemplo em pés com arcos altos).
Como último recurso, pode ser realizada a remoção do osso sesamóide (sesamoidéctomia).
O tratamento cirúrgico deve ser realizado quando do fracasso das medidas não-operatórias.
De qualquer forma, o paciente deve estar orientado que esta é uma condição de tratamento prologando e que exige um longo acompanhamento para que diferentes condutas sejam implementadas se necessárias.
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Gostei,e aprendi qual é o nome do problema que tenho, gratidão