Introdução

A dor crônica é uma condição debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. E no consultório, não é diferente porque ela é mesmo muito prevalente no dia a dia. Quando a dor se torna constante e interfere na qualidade de vida, é importante buscar ajuda médica especializada. Nesse contexto, um médico especialista em dor, também chamado de intervencionista em dor, desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso e no plano de tratamento desses pacientes que sofrem com a dor crônica. Vamos explorar um pouco o porquê e quando um paciente deve procurar um médico intervencionista em dor.

Como ortopedista e também especialista em dor, posso dizer que a dor crônica é uma condição complexa que pode ser causada por uma variedade de fatores, como lesões nos tecidos, doenças crônicas, processos inflamatórios sistêmicos ou distúrbios do sistema nervoso, como acontece nas dores neuropáticas. Na maioria das vezes, mais de um fator está envolvido e normalmente há uma sensibilização do sistema nervoso central perpetuando as dores. Ou seja, é como se uma cicatriz se formasse no cérebro e nas vias da dor, facilitando a transmissão e a percepção da sensação dolorosa.

Tratamento da Dor

O tratamento eficaz da dor crônica requer uma abordagem multidisciplinar, e é nesse ponto que entra o médico intervencionista em dor. 

Um médico especialista em dor é treinado em técnicas avançadas de diagnóstico e tratamento da dor crônica. Ele tem a expertise em identificar as causas subjacentes da dor e também é capaz de realizar um plano de tratamento que englobe procedimentos específicos para controlar ou aliviar a dor. Além disso, é muito importante que esse profissional tenha a sensibilidade para compreender que o sofrimento do paciente não se limita ao lado puramente físico.

O médico deve ser empático suficiente uma vez que a dor física compromete o equilíbrio emocional, trazendo tristeza, ansiedade e desânimo que acabam dificultando ainda mais o tratamento da dor. Inclusive, eu mesmo já sofri de dor crônica e sei um pouco na pele o que é acordar e dormir com ela.

Unir a ortopedia à intervenção em dor é uma estratégia muito interessante, porque a melhora da mobilidade e da dor facilitam a reabilitação das lesões ortopédicas. Digo isso porque dor e movimento podem ser conflitantes para muitos pacientes. E sabemos que a atividade física é uma santa aliada no tratamento de inúmeras patologias musculoesqueléticas. Mas infelizmente, muitos pacientes têm a sua recuperação comprometida uma vez que a dor pode minar a disposição para os exercícios.

Quando procurar um médico especialista em dor?

Aqui coloco algumas situações em que é recomendado buscar ajuda:

Dor crônica persistente

Se há dor crônica que persiste por mais de três meses e não responde aos tratamentos convencionais, é hora de considerar um médico especialista em dor. O conhecimento da intervenção em dor para identificar as suas causas subjacentes e para oferecer opções de tratamento personalizadas, e muitas vezes seriadas, é o que diferencia essa especialidade.

Falta de resposta aos medicamentos convencionais

Se já foram tentadas várias medicações para controlar a dor, mas não se obteve alívio adequado ou houve efeitos colaterais indesejados, um médico intervencionista em dor pode ajudar a encontrar alternativas eficazes e que possam reduzir a carga dos medicamentos utilizados. Algumas vezes, a associação de medicações mais específicas com outras abordagens, como bloqueios nervosos ou terapias de neuromodulação, surtem efeitos somatórios e mais potentes.

Diagnóstico preciso

Em alguns casos, a dor crônica pode ser de origem desconhecida ou mal compreendida. Um médico intervencionista em dor tem habilidades diagnósticas avançadas para identificar a causa raiz da dor e elaborar um plano de tratamento mais adequado. A realização de testes e procedimentos especializados, como injeções guiadas por imagem ou estudos de condução nervosa, podem obter um diagnóstico mais preciso.

Tratamentos intervencionistas

Médicos intervencionistas em dor são especialistas em realizar uma variedade de procedimentos minimamente invasivos, que podem inclusive ser realizados na própria consulta. Eu, particularmente, uso o ultrassom e pequenas intervenções como uma forma de investigar melhor certos casos. Outros procedimentos incluem bloqueios anestésicos, infiltrações de medicamentos, radiofrequência, estimulação elétrica ou implantes de dispositivos de alívio da dor.

Conclusão

Se a dor está afetando sua qualidade de vida, procure um especialista com entendimento amplo sobre sua fisiopatologia, seus meios de diagnósticos e possibilidades de tratamento. A intervenção em dor é uma área em franco crescimento e que merece ser apresentada àqueles que sofrem da dor crônica.

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