Introdução
Como especialista em pé e tornozelo, eu gostaria de começar dizendo que poucas partes do corpo têm mais estruturas do que o pé e tornozelo. Para termos uma noção, o pé contém 26 ossos e 33 articulações. Fora os inúmeros músculos e ligamentos que correm ao redor dessas estruturas. Fica fácil então perceber do porquê se procurar um médico capacitado nessas áreas.
Ortopedistas especialistas em pé e tornozelo são profissionais capacitados para realizar cirurgias, mas também para tratar de forma não cirúrgica até mesmo os problemas mais complexos. Além do mais, atendemos pacientes de todas as idades e compreendemos os problemas de desenvolvimento das crianças e os problemas que ocorrem à medida que envelhecemos. O entendimento da relação dos pés e tornozelos com o resto do corpo é outra prerrogativa desse tipo de especialista.
Queixas mais comuns
As queixas mais comuns que devem levar ao consultório do especialista em pé e tornozelo são:
- Dor que ocorre por mais de alguns dias ou dor que está piorando
- Dor após um entorse de tornozelo
- Sintomas mecânicos no tornozelo (estalo, travamento ou clique)
- Arcos altos dos pés ou pés chatos que ficam doloridos
- Artrite do pé ou tornozelo, ou histórico de doença reumatológica
- Tendinite de Aquiles
- Qualquer fratura no pé e tornozelo
- Joanetes e deformidade nos dedos dos pés, como dedos em garra e dedos em martelo
- Alterações neurológicas como hipo ou hiperssensibilidade ou mesmo perda parcial de força
- Deformidades no tornozelo
Aliando o tratamento da dor à ortopedia
Por outro lado, como especialista em dor gostaria também de frisar outras condições que tratamos frequentemente no consultório. A intrincada rede de ossos que se articulam entre si, músculos, tendões e ligamentos trabalham em harmonia para fornecer estabilidade, amortecimento e, principalmente, mobilidade. Qualquer alteração nessas propriedades pode levar à dor crônica. A dor prolongada pode indicar uma condição crônica oculta como a artrite, artrose, uma tendinopatia, uma infecção ou até mesmo um problema estrutural de alinhamento do tornozelo ou pé.
Desta forma, aliando à ortopedia o intervencionismo em dor, podemos oferecer ao paciente um tratamento mais abrangente, podendo atuar não apenas na parte mecânica, mas também no controle da dor. Esse controle se torna ainda mais fundamental nos casos extremos, nos quais o tratamento ortopédico por si só já não obtém sucesso em melhorar a qualidade de vida do paciente, permitindo que o paciente viva sem dor, ainda que o problema ortopédico persista.
No tratamento da dor, nós utilizamos o ultrassom sempre atrelado ao exame físico. Este exame permite avaliar ossos, tendões, vasos sanguíneos e ligamentos de forma dinâmica, ou seja, complementar à cada etapa do exame ortopédico. Conseguimos com o uso dessa ferramenta examinar e realizar procedimentos, como infiltrações e ablações. Além disso, o tratamento da dor crônica envolve o uso de medicações adequadas e de terapias físicas adjuvantes, associadas aos procedimentos minimamente invasivos, realizados com o ultrassom.
Os mais propensos
É importante ressaltar também que certos grupos estão mais propensos a desenvolverem problemas no pé e tornozelo. Por exemplo, atletas, corredores, bailarinos e pessoas que realizam atividades que exigem movimentos repetitivos ou de impacto excessivo estão mais propensos a elas. Já do outro lado da balança, pacientes fumantes ou com alterações metabólicas como diabetes, dislipidemias ou resistência à insulina também estão mais sujeitos.
Diante desse cenário, o ortopedista especialista em pé e tornozelo poderá ajudar na prevenção de lesões, seja por meio de orientações de treinamento, técnicas de reabilitação e até mesmo no auxílio da melhora do metabolismo. Acreditamos que o paciente deva ser analisado como um todo. E não apenas o próprio tornozelo ou pé que o trouxeram em consulta.
Em suma, um diagnóstico precoce e um tratamento adequado fazem toda a diferença no sucesso da medicina. Para a saúde do pé e tornozelo não poderia ser diferente.